A quantidade de unidades imobiliárias em fase de produção em municípios da Grande Vitória reduziu e está próxima ao que foi produzido há 10 anos, em 2006, conforme apurou o 30º Censo Imobiliário, realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES).
O levantamento realizado no primeiro semestre deste ano mostra um total de 16.493 unidades em construção. Se comparado ao Censo anterior (novembro de 2015), há uma redução de 16,38%, quando estavam sendo construídas 19.723 unidades, entre residenciais e comerciais.
Esse movimento de redução foi iniciado no ano de 2012, quando atingiu um pico de mais de 35 mil imóveis em construção, de acordo com a série histórica do censo.
No momento, o número de imóveis em construção assemelha-se ao registrado no segundo semestre de 2006, que chegava ao total de 15.209 unidades.
O diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges, comenta que a drástica redução da produção imobiliária observada desde 2012 foi fundamental para manter o percentual de unidades em produção já vendidas, caso contrário, diante da redução de demanda nos últimos anos, a continuidade de novas ofertas poderia gerar um cenário ainda mais grave de estoques para os incorporadores imobiliários.
De acordo com o 30º Censo Imobiliário, o percentual de imóveis em produção já vendidos é maior no segmento residencial, com 72%, enquanto no segmento comercial o percentual vendido é de 66%. Os apartamentos de dois quartos são maioria dos imóveis em construção.
Em Vila Velha, houve 20% de redução na quantidade de unidades em produção, uma vez que muitos empreendimentos vêm sendo entregues sem a contrapartida de novos lançamentos, devido ao cenário nacional e à quantidade expressiva de imóveis já disponibilizados para o mercado, inclusive prontos para morar, principalmente na região de Itaparica e Itapuã.
O município da Serra apresentou novamente redução na quantidade de unidades em produção, movimento que se iniciou há mais de 5 anos, após passado o otimismo de lançamentos.
Sem precisar o momento, o diretor do Sinduscon-ES afirma que a elevação de preços dos imóveis será uma consequência natural, podendo ser mais expressiva nos nichos em que faltar oferta e houver rápido crescimento de demanda, visto que, enquanto a demanda oscila em curto ou médio prazo, a oferta de imóveis depende de vencer diversos trâmites de legalização (burocracia das prefeituras e cartórios) e de obras que levam anos para serem concluídas.
No período de novembro de 2015 a maio de 2016 foram lançadas 873 unidades, sendo 869 residenciais e 4 comerciais. Já o número de imóveis concluídos e entregues foi quase o triplo de lançamentos, chegou a 2.502 unidades, sendo 2.023 residenciais e 479 comerciais.
A expectativa do setor, de acordo com o diretor de Indústria Imobiliária do Sinduscon-ES, André Barbosa Barros, é de que para 2017 o número de lançamentos seja 30% a mais do que registrado no primeiro semestre deste ano.
Entraves
Outra pesquisa realizada pelo Sinduscon-ES neste ano e apresentada aos jornalistas foi a Pesquisa de Entraves ao Desenvolvimento Imobiliário, que identificou a instabilidade política e a crise econômica entre os principais motivos para o incorporador imobiliário atuante no mercado capixaba não realizar uma maior quantidade de lançamentos neste ano com relação ao ano anterior.
O diretor de Indústria Imobiliária do Sinduscon-ES, Leandro Lorenzon frisou que a taxa de juros é fator determinante para o mercado imobiliário e que no momento há sinais de redução dos juros e maior oferta de crédito. “Com taxa de juros menor e oferta de crédito maior o consumidor passa a ter mais condição de comprar um imóvel”.
Perspectivas
Para 2017, o setor da construção civil capixaba aguarda uma retomada de investimentos, tanto privados como públicos, conforme declarou o presidente do Sinduscon-ES, Paulo Baraona. Ele acredita, no entanto, que o crescimento no número de empregos no setor se dará de forma mais lenta, à medida em que as obras forem acontecendo.
