O ambiente de negócio para compra de imóveis ano passado atingiu o 'fundo do poço'. Em uma escala de 1 a 10 as condições para compra atingiu 2,4 pontos na soma do ano, queda de 0,9 ponto ante a 2015 e cerca de 3,8 pontos quando comparado com 2014.
O número faz parte do Radar Abrainc-Fipe e aponta para o menor patamar da série histórica (desde janeiro de 2004). "De forma mais geral, é possível afirmar que o quadro enfrentado pelo setor ao longo de 2016 foi condicionado, em boa medida, pela deterioração dos indicadores relacionados à demanda, como emprego e massa salarial, e ambiente setorial (particularmente, preços e insumos)", disse a entidade, em nota.
Com efeito, ao final do período analisado, 3 dos 12 indicadores encontravam-se nos níveis mais baixos da série histórica: emprego, massa salarial e preço dos imóveis. Na comparação entre novembro e dezembro de 2016, a evolução das condições de mercado foi pautada por melhora nos indicadores do ambiente macro (0,1) e crédito imobiliário (0,3), compensando o recuo nos indicadores de demanda (-0,2) e ambiente setorial (-0,5).
Previsão para 2017
Para o professor de macro economia e especialista em mercado imobiliário, Julio Rabuch, o ambiente seguirá deterioridado ao longo desse ano, o que, no entanto, ajuda os brasileiros que estão com dinheiro na mão. "Quem está com capital para compra de imóvel poderá fechar bons contratos", contou. Apesar disso, ele conta que a rentabilidade para o aluguel está no mais baixo nível dos últimos cinco anos. "Para investidores, o momento é de comprar imóveis na planta, se preparando para quando o ciclo de crescimento voltar."
Com relação ao processo de venda, uma pesquisa divulgada essa semana pelo portal imobiliário Viva Real apontou que o preço nominal médio do m² para venda no Brasil atingiu o valor de R$ 4.800,00 em fevereiro de 2017, tendo desvalorização nominal de 0,64% (R$ 4.831,00) ante o mesmo período de 2016. O mês de fevereiro registrou o menor valor médio do m² para venda em 12 meses no Brasil e a terceira queda seguida. Em relação a dezembro de 2016, a desvalorização foi de 0,76%. Brasília teve o maior recuo (-2,78%)