Ninguém tem dúvida de que sustentabilidade e inovação são atributos cada vez mais indispensáveis para o futuro da economia e do mundo dos negócios. Nem todos, contudo, sabem como conectar seus processos produtivos às novas demandas.

Buscando estimular a discussão e a troca de ideias sobre esses temas, acontece no próximo dia 25, quando é comemorado o Dia da Indústria, a primeira edição do INOVINTECH - Fórum de Inovação e Tecnologia na Indústria, evento que será realizado no Sinduscon e esse ano terá como tema Economia Circular, Tecnologia e Inovação.

Paulo Baraona e Adauto Caldara, diretores da EcoTech Areia, apresentam um dos cases do evento, trazendo ao mercado um tipo de areia que é coproduto da mineração. “É uma areia certificada, que segue todos os parâmetros técnicos para utilização nas mais diversas áreas, indo, inclusive, além quando se pensa na qualidade e na relação custo-benefício. O produto pode ser usado da construção civil ao saneamento, gerando blocos de concreto, argamassa, colchão para pavimento, só para citar alguns exemplos”, explica. Caldara.

Segundo ele, antes de chegar ao mercado, o produto passou por testes de diversas universidades e associações do setor e já é certificado por instituições nacionais e internacionais, como IPT, ABCP, Instituto Falcão Bauer, Universidade de Queensland, Universidade de Genebra e USP. No Espírito Santo, pesquisa coordenada pelos professores do Departamento de Engenharia Civil da Ufes Ronaldo Pilar, doutor pela Universidade do Texas, em Austin, e Patrício Pires, demonstra tecnicamente as qualidades e diferenciais do produto, como sua granulometria e estabilidade.

No evento, segundo Adauto Caldara, os participantes poderão conferir blocos de concreto produzidos com areia comum e com a areia distribuída pela Ecotech. “Temos um produto que garante, por exemplo, um bloco de concreto menos poroso, mais uniforme, o que é sinônimo de qualidade e estabilidade”, ressalta.
Ele destaca ainda que a indústria da mineração dedicou anos de estudo para desenvolver um coproduto sustentável, de qualidade e economicamente viável.

“Nesse sentido, é necessário também pontuar a importância do setor para a economia do Espírito Santo, do Brasil e do mundo. Gerar areia de qualidade como coproduto é também uma forma de manter volumes de produção, já que a redução traz consigo um impacto social e econômico muito representativo”, afirma.

Economia circular
Paulo Baraona, também diretor da Ecotech, ressalta que outro atributo fundamental da areia é ter sido desenvolvida dentro de um conceito de sustentabilidade e economia circular.

“O coproduto de uma cadeia - neste caso, a mineração – traz solução para uma importante questão na área e passa a ter uma destinação permanente em outros setores, evitando o impacto ambiental que algumas formas de extração de areia podem representar. Ou seja, há o aproveitamento efetivo daquilo que não seria utilizado. Trata-se, portanto, de um produto realmente alinhado com os novos tempos, em que desenvolvimento econômico, social e ambiental têm que andar juntos”, considera.

Durante o INOVINTECH - Fórum de Inovação e Tecnologia na Indústria, outra discussão terá como foco a economia circular, levando ao conhecimento dos participantes iniciativas concretas que prometem fazer da tecnologia uma importante aliada na construção de uma cultura mais sustentável.

Quem fala sobre o tema é Romário José Correa de Araújo, presidente do SimReciclo, que acumula uma experiência de mais de 20 anos de trabalho em prol do reaproveitamento de resíduos e da construção de uma cultura de economia circular.

Ele aborda o trabalho realizado em parceria pelo Sinduscon-ES e a SimReciclo, já em andamento. “O objetivo do projeto é garantir a destinação correta dos resíduos dos canteiros de obras, gerando um processo “limpo” e sustentável da licença à entrega dos empreendimentos”, afirma.

De acordo com Romário, a proposta para o setor é utilizar tecnologia com web 3.0 com foco em sanar passivos ambientais, transformando os resíduos em novos produtos.

Além desse case, ele apresenta no evento outro projeto inovador que prevê o uso da tecnologia e das moedas virtuais para estimular a separação de plástico – como iniciativa piloto -, viabilizando também a logística da coleta porta a porta e a destinação para o reaproveitamento, além da monetarização da atitude do consumidor final que gera o resíduo diariamente em sua casa.

“O trabalho liga as “pontas” do processo por meio da tecnologia , gerando efetivamente o que chamamos de economia circular, e torna o cidadão protagonista na mudança de hábitos por uma cultura sustentável. A mudança que queremos ver no mundo tem que começar a ser construída com a atitude do cidadão, com menos burocracia e mais inteligência e agilidade”, diz.

Saiba mais
INOVINTECH - Fórum de Inovação e Tecnologia na Indústria
Tema: Inovação, tecnologia e economia circular
Data: 25 de maio, das 8h30 às 12h
Onde: auditório do Sinduscon-ES