Construtoras anunciam apartamentos para a nova faixa do programa, voltada a famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
O governo federal vai ampliar o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) para atender famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, que poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil. A medida já atrai interesse no Estado tanto de empresas quanto de possíveis consumidores.
Antes, o limite de renda para o MCMV era de R$ 8 mil mensais. A ampliação para a nova parcela da população foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU).
O grupo com renda familiar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil mensais será conhecido como faixa 4 do programa. Segundo as novas regras, ele terá direito a financiar imóveis com valor de até R$ 500 mil, divididos em até 35 anos.
Segundo projeções do governo, a taxa média de juros para financiamentos de imóveis relativos à faixa 4 deverá ficar em 10,5% ao ano. Diferentemente das outras faixas, no caso desta o governo não vai subsidiar o pagamento dos imóveis.
"Com essa ampliação, o programa passa a atender também parte da classe média, que vinha enfrentando dificuldades para financiar a casa própria com boas condições no mercado tradicional", explicou Ricardo Gava, executivo da Gava Crédito Imobiliário e diretor da Secovi-ES.
Entre as empresas que terão apartamentos na nova faixa estão Pinheiro de Sá, EBS Engenharia, que terão imóveis em Vila Velha, e Recanto Construtora.
A Recanto, por exemplo, tem projetos nessa nova faixa em Aracruz, Linhares e Colatina, segundo Pedro Antonio Bolsanello, diretor comercial da empresa.
"São projetos que seriam mais simples, mas que com essa mudança do governo, nos possibilitará entregar um produto melhor dentro do Minha Casa Minha Vida, em bairros bem localizados e contando com suíte e varanda", disse.
A avaliação da faixa é positiva, principalmente levando em conta a pressão de custos que se iniciou desde a época de pandemia e elevou o preço dos imóveis e também a crescente taxa de juros, destacou Rafael Rigo, diretor da Recanto Construtora.
O casal de namorados Francisco Guzzo Viana, 42, e Luana Mirele Falcão, 33, estão sonhando com a casa própria. "Com a nova faixa do programa Minha Casa Minha Vida estamos motivados em buscar o sonho da nossa casa. Acreditamos que vai ajudar muitas famílias que buscam esse sonho", diz Francisco.
A nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida é um grande incentivo e aquecerá a construção civil, segundo Estevão Barbosa, diretor da Comissão de Habitação de Interesse Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-ES).
Segundo ele, hoje, os imóveis nessa faixa que será contemplada não estão tendo velocidade de vendas. "É um incentivo muito grande para o mercado, uma classe que não estava contemplada e agora terá muitos aptos, que terão a oportunidade da casa própria".
Com a nova faixa, o mercado imobiliário ganhará folego, segundo Ricardo Paiva, vice-presidente administrativo-financeiro da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES).
"Importante esse novo teto. Hoje esse público tem muita dificuldade de comprar um imóvel, e com a nova faixa do programa ficará muito viável", explicou.
Para o diretor do Sinduscon-ES, Eduardo Borges, a nova faixa ameniza os efeitos negativos da alta da taxa Selic para o segmento imobiliário. "Isso ajuda a manter o mercado viável para os clientes e consequentemente para as empresas, que geram muito emprego e movimentam a cadeia econômica".
Para o vice-presidente comercial e de marketing da MRV, Thiago Ely, a expansão do programa federal para a faixa 4 é um divisor de águas para o mercado.
"A confirmação da faixa 4 com taxas atrativas e boas condições de financiamento possibilita a MRV atender um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional. Na MRV, 13% do estoque se enquadra a essa nova faixa o que permitirá um aumento na velocidade das vendas da empresa".