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Queda na Selic deve ser inferior ao projetado pelo mercado financeiro
 
24.05.2016    DCI - Comércio, Indústria e Serviços
Notícia - Imprensa

São Paulo - O mercado financeiro reduziu ontem as projeções para a taxa básica de juros (Selic) deste ano e de 2017, após a indicação de Ilan Goldfajn para comandar o Banco Central (BC). A nomeação foi feita no último dia 17 pelo governo interino.

Já as expectativas para a inflação aumentaram para o final de 2016. Apesar de concordarem que um corte na Selic deve ocorrer já nesse ano com o Ilan no BC, especialistas avaliam que a baixa dos juros pode ser menor e em ritmo menos acelerado do que o mercado está esperando para este ano.

No Boletim Focus divulgado ontem pelo BC, instituições financeiras apontaram uma queda maior para a Selic ao final de 2016 do que vinham indicando desde o dia 6 de maio. Há cerca de duas semanas, o mercado vinha estimando que a taxa de juros fecharia o ano de 2016 em 13% ao ano (a.a).

Ontem, a projeção baixou para 12,75%, o que significa uma redução de 1,5 pontos em relação ao patamar atual (14,25). O início dos cortes, segundo o Focus, deve ocorrer a partir de setembro. Já para 2017, a mediana das expectativas caiu de 11,50% para um patamar de 11,38%.

No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, indicador oficial de inflação, o mercado apontou uma alta maior ontem do que na semana passada. Neste momento, as instituições financeiras esperam que o IPCA tenha alta de 7,04%, enquanto no dia 13 de maio indicavam variação de 7,00%. Há quatro semanas, a expectativa era de 6,98%. Já para 2017, o Focus manteve a projeção de 5,50%, em relação à semana passada.

Para especialistas, o corte maior na Selic em 2016, previsto pelo mercado, pode ter sido motivado pelos pronunciamentos de Ilan nos últimos meses. Ilan Goldfajn, que era economista-chefe do Itaú Unibanco até o dia 17, vinha destacando nos relatórios da instituição financeira que a recessão econômica e o enfraquecimento do dólar sobre o real contribuiriam para uma redução gradativa das expectativas de inflação, abrindo espaço para o início do ciclo de corte de juros no "segundo semestre, a partir de julho".

No entanto, especialistas consideram que, na prática, a redução dos juros pode não ser tão acelerada como indicado no Focus, devido aos riscos inflacionários que ainda existem. "Uma coisa é o que mercado diz e a outra coisa é a realidade. Ninguém falava, por exemplo, em um déficit público de R$ 170 bilhões", ressalta Istvan Kasznar, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

Ritmo menor

Leila Rocha Pelegrino, professora de administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie, avalia que há uma tendência de corte nos juros já neste ano, mas não ao ponto de chegar a 12,75% como prevê o mercado financeiro.

"Seria uma imprudência levar a Selic a esse patamar [de 12,75%] ainda neste ano. E não acredito que o BC, que terá à frente o Ilan, vai fazer isso. A redução na Selic vai acontecer de forma conservadora. Ainda existem pressões inflacionárias, como o reajuste nos preços dos medicamentos, nas taxas de água e esgoto, além da pressão dos alimentos", analisa a professora do Mackenzie.

Leila avalia que a taxa básica de juros tende a fechar o ano entre 13,50% e 13,75%. A estimativa dela está mais em linha com as projeções do grupo de economistas do Top 5 do Focus, que são os que mais acertam as previsões para a Selic.

De acordo com eles, a taxa de juros deve fechar este ano em um patamar de 13,75%, projeção que vem sendo mantida há um mês no relatório.

No Top 5 da inflação, os analistas mantiveram a sua previsão para o IPCA em 7,16%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 7,05%. Para 2017, o grupo manteve a perspectiva para o IPCA de 5,50%.

Por outro lado, todos os economistas concordam que uma leve redução da Selic já é possível a partir do segundo semestre, tendo em vista o nível de recessão na atividade econômica. No Boletim Focus de ontem, o mercado estimou uma contração de 3,83% no Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, enquanto a projeção passada era de 3,88%. A estimativa de crescimento em 2017 permaneceu em 0,50%.

Para Roy Martelanc, da Fundação Instituto de Administração (FIA), Roy Martelanc, o nível de queda da atividade está abrindo espaço para uma redução da Selic. "O governo não precisa mais ser tão conservador como vinha sendo antes. Há dois anos a economia está caindo. Isso é ruim para todos os setores", assinala.

Produção industrial

O Focus revisou a mediana das expectativas para a produção industrial de 2016 de uma queda de 5,85% na última semana para declínio de 6,00% - um mês antes estava em baixa de 5,80%. Para 2017, a previsão passou de um crescimento de 0,74% para 0,90%. Há quatro semanas, estava em 0,54%.

No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2016, a projeção dos analistas ficou estável em 42,00% no documento divulgado ontem - quatro edições antes estava em 41,80%. Para 2017, a taxa passou de 47% para 46,95% - um mês antes o boletim indicava uma relação dívida líquida/PIB em 46,39%.

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