Pela 18ª semana consecutiva, analistas do mercado financeiro projetam retração para o PIB Brasil em 2020, desta vez de -6,51%. É o que indica a pesquisa Focus do Banco Central.
“Apesar da queda, os números ainda estão um pouco distantes das expectativas divulgadas pelo Banco Mundial, de -8%, e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de -7,4%. Por outro lado, a retração aguardada pelo levantamento do Banco Central é pior do que a esperada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de -5,3%, e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de -6%)”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
As sistemáticas revisões realizadas pela pesquisa Focus ocorrem em um ambiente cercado de preocupações, diante de um mundo que ainda não conhece uma vacina ou um medicamento eficaz para resolver, de forma mais imediata, a crise de saúde.
Além disso, segundo a economista, permanecem as incertezas sobre o processo de recuperação da economia nacional. “É bom ressaltar que quando a pandemia provocada pela Covid-19 começou, o Brasil ainda se recuperava, de forma lenta, dos efeitos da crise econômica de 2015/2016” diz.
A preocupação com uma nova onda de contágio da Covid-19 também passou a entrar no radar das expectativas para o desempenho da atividade econômica. Na semana passada, a OCDE divulgou duas projeções para a economia global: uma considerando a possibilidade de ocorrer, até o final de 2020, uma segunda onda de infecções, onde o PIB mundial sofreria retração de 7,6% e outra em que esse grande surto pode ser evitado e a economia mundial apresentaria recuo de 6%. A OCDE ressalta que, com ou sem uma segunda onda da doença, as consequências para a economia mundial serão graves.
Particularmente para o Brasil, a OCDE projeta queda de 7,4%, no melhor cenário, ou retração de 9,1%, no pior cenário.
